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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Vice-presidente Michel Temer sanciona Lei que garante remuneração, direitos trabalhistas e mandato de quatro anos para Conselheiros Tutelares.


Vice-presidente Michel Temer sanciona Lei que garante remuneração, direitos trabalhistas e mandato de quatro anos para Conselheiros Tutelares.

O Diário Oficial da União publicou neste dia 26 de julho a Lei que garante remuneração, direitos trabalhistas e mandato de quatro anos para os Conselheiros Tutelares de todo Brasil.


A Lei foi sancionada pelo Vice-presidente Michel Temer, que está hoje no cargo de Presidente da República devido viagem oficial da Presidente Dilma Rousseff a Londres.

A Lei teve apenas um veto, o que não alterou a essência da proposta que era garantir remuneração para todo Conselheiro Tutelar. A partir de hoje todos os municípios serão obrigados a remunerar seus Conselheiros Tutelares.

O veto diz respeito ao prazo de 90 dias que os municípios teriam para alterar as Leis Municipais.

A justificativa do veto foi que ao impor ao Poder Executivo a obrigação de propor legislação em determinado prazo, o dispositivo desrespeitou o princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2o, da Constituição.


Veja como ficaram os artigos 132, 134, 135 e 139 do Estatuto da Criança e do Adolescente



LEI No- 12.696, DE 25 DE JULHO DE 2012

Altera os arts. 132, 134, 135 e 139 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para dispor sobre os Conselhos Tutelares.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Os arts. 132, 134, 135 e 139 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha." (NR)

"Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a:

I - cobertura previdenciária;

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;

III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
V - gratificação natalina.

Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares." (NR)

"Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral." (NR)

"Art. 139. .................................................................................

§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial.

§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.

§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor." (NR)


Art. 2o ( VETADO).

Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 25 de julho de 2012; 191o da Independência e 124º da República.

MICHEL TEMER
José Eduardo Cardozo
Gilberto Carvalho
Luis Inácio Lucena Adams
Patrícia Barcelos

publicado no DOU de 26.7.2012

segunda-feira, 16 de julho de 2012

22 anos do ECA. Entrevista com Márcia Hora Acioli, especialista em Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes


Inesc
Instituto de Estudos Socioeconômicos - CNPJ 00580159/0001-22
Adital
Assessora do Inesc afirma que ainda há um caminho logo para ser trilhado em relação à conquista da garantia universal dos direitos das crianças e dos adolescentes
Na sexta-feira, 13, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 22 anos. Entrevista realizada com Márcia Acioli*, assessora política do Inesc e responsável pelo projeto "Onda: adolescentes em movimento pelos direitos”, revela que ainda há um caminho logo para ser trilhado em relação à conquista da garantia universal dos direitos das crianças e dos adolescentes. A especialista aponta que o ECA ainda é mal interpretado pela sociedade e que a mídia precisa ter uma postura mais ética quando abordar questões sobre adolescentes em conflito com a lei. Márcia aponta como desafio a garantia de que "as políticas públicas sejam elaboradas de forma articulada e que os respectivos orçamentos se cumpram adequadamente”. Por fim, ela garante que educação é um direito estratégico para a garantir igualdade para todos as crianças e adolescentes.

Inesc: O ECA foi um avanço para a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, no entanto, você acredita que a lei realmente acrescentou um olhar inovador nas políticas públicas?
Márcia: Ainda não conseguimos trazer o espírito do ECA para os corações de todos/as brasileiros/as. Nem o poder público, nem a população, muito menos os próprios sujeitos de direitos (as crianças e os adolescentes) incorporaram o ECA na íntegra em seus modos de ver o mundo e em suas práticas. As políticas públicas aos poucos, em velocidade muito lenta, são elaboradas à luz do ECA e têm suas gestões orientadas pelos princípios da lei. A sociedade, alimentada por uma mídia conservadora baseada na cultura menorista – fundamentada no antigo Código de Menores – , não compreende o significado mais revolucionário da "nova lei". E, o mais preocupante é que, os/as adolescentes, sem conhecer os direitos não têm a percepção política para a sua exigência e a sua conquista.


Inesc: Qual é o principal desafio em relação à elaboração de políticas públicas que sigam os preceitos estipulado pelo ECA?
Márcia: Um desafio permanente é atenção a todos os direitos simultaneamente. O que defendemos na formação que fazemos com adolescentes é que o artigo 4º do ECA se cumpra garantindo o que chamamos de proteção integral e prioridade absoluta. Ou seja, todos os direitos devem se cumprir, uma vez que um direito chama o outro, e a ausência de um direito significa ameaça ao outro. Sem saúde, por exemplo, não é possível se vislumbrar uma educação perfeita e sem lazer a criança é privada do seu pleno desenvolvimento.

Outro desafio é garantir que as políticas públicas sejam elaboradas de forma articulada e que os respectivos orçamentos se cumpram adequadamente. Ao analisar os orçamentos municipais, e mesmo o nacional, observamos uma lentidão na execução e muito contingenciamento dos recursos para as áreas referentes à realização dos direitos.

E, por fim, damos destaque ao desafio de se garantir que todo o Brasil assegure a lei se cumpra igualmente de norte a sul. Há ainda muitas regiões mais vulneráveis e populações mais violentadas. Crianças indígenas, quilombolas e meninos e meninas de rua são especialmente afetadas pelas desigualdades sociais e pela violência.

Inesc: Depois de 22 anos do ECA, boa parte da sociedade ainda acredita que essa legislação é paternalista. O que você diria para essas pessoas?
Márcia: O ECA definitivamente não é paternalista. Quem diz isso não conhece a lei. O que este marco jurídico defende é condições básicas para a vida e o crescimento de todas as crianças e de todos os adolescentes em condições dignas e igualitárias. Um dos méritos do ECA é que ele traz para o mesmo barco meninos e meninas de todas as realidades, assegurando uma abordagem igualitária e plena. Todos/as são sujeitos de direitos e devem viver a infância como crianças, sendo protegidos/as e tendo seus direitos garantidos com igual acesso à educação, ao esporte, à cultura e ao lazer, por exemplo.

Todos os pedagogos sabem que brincar é uma das atividades mais importantes da infância; no entanto, há muitas pessoas que consideram melhor trabalhar do que ficar na rua. Este discurso só contribui para acentuar as desigualdades. Quanto aos adolescentes em conflito com a lei, o ECA defende uma abordagem pedagógica que permita que os meninos e as meninas que cumprem uma medida sócioeducativa revejam suas vidas e elaborem novos modos de relacionamento com a sociedade. Esta perspectiva se dá por meio de bons projetos pedagógicos.

O que temos questionado o tempo todo é qual é a eficiência do Estado para realizar estes direitos? O que mudou? A lei não é inadequada, as políticas públicas é que são ineficientes e não a realizam. Sabemos que havendo proteção integral para todas as crianças e adolescentes, desde o nascimento, as mudanças no panorama social são imediatas.

Inesc: O projeto Onda desenvolve um trabalho com adolescentes do Centro de Atendimento Juvenil Especializado (CAJE) do DF. . Para você, qual a importância de realizar ações com esses meninos e meninas?
Márcia: Meninos e meninas em conflito com a lei são pessoas que seguramente vivenciaram inúmeras situações de falta de direitos. Todos os que estão lá experimentaram uma intensa violência na própria vida e/ou não tiveram acesso aos direitos. Mesmo os raros filhos das classes privilegiadas que estão internos tiveram a ausência crônica dos pais, habitaram em lares violentos, ou mesmo foram negligenciados. A linguagem da violência tornou-se para a maioria a via mais importante de contato com a sociedade. Para nós, é significante promover reflexões, desenvolver a prática do diálogo e,fundamentalmente, trazer a lógica dos direitos para o cotidiano; ou seja, queremos que meninos e meninas que nutriram-se de contextos de violência consigam compreender as circunstâncias que viveram e elaborar para eles mesmos novas formas de contato com a sociedade. Esperamos que esses adolescentes compreendam a dimensão da reciprocidade dos direitos e observem que a dignidade e o respeito, por exemplo, devem ser garantidos na mesma medida para eles mesmos epara os outros.

Inesc: A mídia retrata o jovem em conflito com a lei de uma forma que influencia a sociedade a criar um estereótipo de que esses adolescentes são bandidos e de que a idade penal deve ser rebaixada. O que é necessário fazer para desconstruir essa imagem disseminada pela mídia?
Márcia: Discutimos isto recentemente no "Seminário Direitos em Pauta”, promovido pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI). A mídia, em grande medida, é responsável pela formação da opinião pública, portanto somente a mídia pode fazer frente aos estragos que ela mesma tem promovido. O que quero dizer com isso é que precisamos de novas abordagens que de fato contribuam para que o tema, que é complexo, seja tratado de forma ética. Há uma nítida tendência a se "espetacularizar" a violência praticada por adolescentes dando uma falsa ideia de que eles são autores da maior parte da violência cometida no país.

Inesc: Todos os anos vemos especialistas fazendo um balanço do ECA com seus pontos positivos e negativos. Gostaríamos de ir mais além e saber o que é preciso mudar para que realmente a criança e o adolescente brasileiro garanta a universalidade dos seus direitos?
Márcia: Sabemos que todos os direitos são igualmente importantes, mas obviamente o direito à educação é o mais estratégico. Quando a educação de qualidade for de fato prioridade no país, quando efetivarmos o aumento dos investimentos na educação pública, teremos um país mais igualitário e mais digno para todas as crianças e adolescentes.

[*Márcia Hora Acioli é especialista em Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes, LACRI, pelo Instituto de Psicologia da USP e mestre em Antropologia aplicada à educação, pela Faculdade de Educação, da Universidade de Brasília (UnB). Já participou e coordenou vários eventos relacionados aos Direitos da Criança e do Adolescente, Direitos Humanos, Protagonismo, Educação Popular e Arte-Educação. É responsável pelo projeto "Onda: adolescente em movimento pelos direitos"].

ECA completa 22 anos, mas ainda recebe críticas sobre implementação de ações


O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 22 anos nesta sexta-feira (13). A lei (8.069/90) é considerada uma das legislações mais modernas e protetivas do mundo, por meio da criação dos conselhos de direitos e tutelares e das delegacias e promotorias especializadas nos temas infanto-juvenis. Sua implementação efetiva, no entanto, ainda sofre críticas. 
Arquivo/ Pedro França
Liliam SáRelatora da CPI da exploração sexual e coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa das Crianças e Adolescentes, a deputada Liliam Sá (PSD-RJ), afirma que, apesar de recentes mudanças no estatuto aprovadas no Congresso, ainda falta efetivar as medidas na prática. “Infelizmente, em muitos estados a criança ainda não é prioridade. Os conselhos tutelares ainda continuam abandonados e funcionam de forma precária, falta estrutura nas delegacias especializadas no atendimento de crianças e a pobreza as coloca em situação de vulnerabilidade. Muitas estão fora da escola e outras são exploradas para sustentar suas famílias".

Esses e outros desafios foram discutidos, ao longo desta semana, na 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que reuniu cerca de 3 mil pessoas em Brasília. O monitoramento da política nacional e do plano decenal que concretizam as regras do estatuto foi o principal destaque.

Entre as ações efetivas, o governo lembrou a adoção do programa Brasil Carinhoso para evitar a extrema pobreza em famílias com crianças de até 6 anos de idade, e a parceria com a Justiça e o Ministério Público para garantir a punição de agressores e criminosos contra menores. A MP570/12, que cria o programa, aguarda análise da Câmara e do Senado.

Deputada licenciada, a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, também cita ações para ampliar a proteção às crianças em maior situação de vulnerabilidade.

"É uma das nossas metas capacitar os conselheiros tutelares e toda a rede de proteção para a condição da criança que é surda ou que tem deficiência intelectual. É mais difícil, mas ouvir essa criança na sua pureza e na sua busca de apoio é essencial para o programa de proteção".

Atualmente, a Câmara analisa vários projetos de lei que tentam aperfeiçoar o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Reportagem - José Carlos Oliveira/Rádio Câmara
Edição – Natalia Doederlein

Projeto de lei quer fortalecer atuação de conselhos tutelares

O governo federal analisa o projeto de lei que garante remuneração e direitos trabalhistas básicos aos conselheiros tutelares de todo o País. O texto foi aprovado em votação simbólica ocorrida no início deste mês no plenário do Senado e garante aos integrantes dos conselhos tutelares salário, férias anuais remuneradas com adicional de um terço, décimo terceiro salário, licenças-maternidade e paternidade e cobertura previdenciária. A lei orçamentária municipal ou distrital deverá prever os recursos para o pagamento da remuneração e para a formação continuada dos conselheiros.
Para a senadora Lúcia Vânia, autora do projeto, a luta é para que o conselho tutelar seja comprometido com a proteção integral, com a prioridade absoluta e com o atendimento eficaz de sua clientela: a criança e o adolescente com direitos ameaçados ou violados.
Além de vincular o conselho à administração pública local, o texto amplia os mandatos para quatro anos, com direito a recondução (mediante novo processo de escolha). As eleições para conselheiros tutelares ocorrerão, a partir de 2015, em todos os municípios, em data unificada para todo o País - o primeiro domingo do mês de outubro do ano seguinte ao da eleição presidencial. A posse dos conselheiros ocorrerá em 10 de janeiro do ano seguinte ao da escolha.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, disse que o governo federal pretende fortalecer os conselhos tutelares. "Na data das eleições para conselheiros teremos no Brasil uma grande mobilização, isso significa que vamos enfrentar um problema que é o uso político dos conselhos", analisa.
Maria do Rosário acrescentou que o governo, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança (Conanda) e o Fórum Nacional de Conselheiros Tutelares estudam o envio de novo projeto de lei ao Congresso que regulamente a capacitação, os pré-requisitos da profissão de conselheiro e a retaguarda para o trabalho, com psicólogos e assistentes sociais.
Os conselhos tutelares são responsáveis por garantir o respeito aos direitos dos menores, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 22 anos nesta sexta-feira. Eles atendem, por exemplo, aos que sofrem violência. Cada cidade precisa ter ao menos um conselho tutelar com cinco membros, escolhidos pela sociedade para mandatos de três anos. O estatuto diz que cada prefeitura tem liberdade para decidir se seus conselheiros terão salário.
No fim de seu primeiro mandato, o conselheiro tutelar Armando Macedo da Silva, de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, disse que a sociedade ainda desconhece a realidade dos conselhos tutelares e que a estrutura onde atua é precária. "Há muita falta de informação sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. As escolas, que são bússolas para a sociedade, também não têm o conhecimento adequado. A estrutura de trabalho nem sempre é compatível, embora considero que já tivemos alguns avanços. Há conselhos em que o atendimento e as diligências são feitas a pé ou de mototáxi", contou.
Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Site da 9° Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente entra no ar


Entrou no ar nesta segunda-feira (02) o site da 9° Conferencia Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que começa na próxima semana em Brasília. Na página da conferência os visitantes poderão acompanhar, em tempo real, as principais notícias das plenárias, acessar documentos, baixar arquivos e visualizar o cronograma de todas as atividades previstas para os quatro dias do evento. A conferência ocorre entre os dias 11 e 14 de julho, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

No portal os internautas já podem acessar notícias e fotos das etapas preparatórias que ocorreram em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Também estão disponíveis todos os relatórios finais de cada conferência estadual, entre outros documentos.

A barra superior do site contem informações sobre a programação da conferencia nacional, os documentos que sustentam as politicas para as crianças e adolescentes. A cobertura “Educomunicativa”, feita pelos jovens durante todas as etapas estaduais, também tem seu lugar no site.

A galeria de fotos localizada na base da pagina principal, conta com imagens de várias etapas estaduais, e suas apresentações culturais.  As etapas estaduais foram de fundamental importância para a Conferência Nacional. Nelas foram escolhidos os delegados que virão à Brasília representar seus respectivos estados.

Direitos da Criança e do Adolescente - A Cidade dos Direitos é um espaço de integração e mobilização da sociedade, que se propõe a reproduzir de maneira interativa e não formal uma minicidade composta por instituições, programas, áreas de convivência e expressão democrática, equipamentos de promoção e defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes que integram o Sistema de Garantia de Direitos.


O link para o site da 9° conferencia Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - http://9cndca.sdh.gov.br/index.asp

Assessoria de Comunicação Social

Fonte: SDH

Projeto Pai Presente avança no interior da Bahia

O maior projeto nacional de reconhecimento de paternidade já é uma realidade também no interior do Estado. Mais de trinta comarcas já foram visitadas pela comissão da Corregedoria das Comarcas do Interior, responsável por apresentar o Pai Presente nos municípios baianos, e o primeiro mutirão já está agendado para acontecer em Jequié, no próximo dia 29 de julho. 

A Vara de Família da cidade já emitiu 3.900 notificações às mães das crianças que não possuem o nome do pai no registro e, até o momento, recebeu 130 retornos.

O Tribunal de Justiça está contando com o apoio dos órgãos municipais, bem como do Ministério Público e de algumas instituições privadas, para a implementação do projeto nas cidades. Na Comarca de Planalto, por exemplo, a Secretaria Municipal de Educação fez um levantamento nas escolas, e identificou 650 casos de estudantes sem o nome do pai no registro.

De acordo com a juíza Patrícia Cerqueira, coordenadora do projeto no interior, as diretoras das escolas terão participação fundamental no contato com as mães destas crianças e jovens. “Esse contato deve ser feito de forma sutil e cuidadosa, para não expor a criança a nenhum tipo de constrangimento”, explica a juíza.

Em Feira de Santana, o trabalho também será feito em conjunto, conforme previu o protocolo de intenções assinado em abril pelo Tribunal de Justiça, Prefeitura, Ministério Público e as Faculdades Nobre e Anísio Teixeira. A Secretaria de Educação do Município está responsável, assim como em Planalto, pela notificação das mães através das escolas, e a Secretaria de Saúde, através dos agentes comunitários, ficará responsável pela notificação dos supostos pais. As instituições de ensino cederam espaços para a realização dos mutirões, que ainda não têm data confirmada para acontecerem.

Texto: Ascom

Fonte: TJBA

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Tribunal celebra 22 anos do ECA com Debate Virtual sobre Infância e Juventude



Visto por militantes como um dos maiores avanços na área da Infância e Juventude, o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente completa 22 anos na próxima sexta-feira (13/7).

Instituído pela Lei 8.069, no dia 13 de julho de 1990, o Estatuto regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes, unindo referências da Constituição Federal de 1988 às demandas atuais da sociedade contemporânea. 

Para celebrar o aniversário do principal documento nacional em favor da causa, o Tribunal de Justiça, através da Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) e em conjunto com a Associação de Magistrados da Bahia (AMAB), promove, no dia 13 julho, o Debate Virtual “Sistemas e garantias do Estatuto da Criança e do Adolescente”.  O evento será realizado no Salão Nobre do Fórum Ruy Barbosa, a partir das 10 horas. 

Para compor a mesa do debate, foram convidados o desembargador Salomão Resedá, coordenador da CIJ; o juiz Nelson Santana do Amaral, titular da 2ª Vara da Infância e Juventude de Salvador; e o juiz Walter Ribeiro Costa Junior, titular da Vara da Infância e da Juventude de Feira de Santana. 

Dentre os temas agendados para as discussões, estão as medidas protetivas e socioeducativas, além do Sistema Nacional de Atendimento Socieducativo (Sinase), documento elaborado por militantes da Infância e Juventude e regulamentado em janeiro deste ano, que reúne um conjunto de medidas, regras e critérios jurídicos, políticos e pedagógicos, pensados para dar maior efetividade e cautela na execução das medidas socioeducativas. 

O evento será voltado para magistrados, promotores, estudantes de Direito, conselheiros tutelares e demais profissionais que tenham interesse na área. O número de vagas é limitado, correspondente à capacidade de acomodação do local. No entanto, quem não puder comparecer presencialmente ao evento, poderá acompanhar a transmissão on-line no site da AMAB (http://www.amab.com.br/site2/index.php).


As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o próximo dia 8 de julho, através da ficha anexada no final da página que, após preenchida, deve ser enviada para o e-mail debatevirtualba@gmail.comdebatevirtualba@gmail.com para confirmar a participação.


Aqueles que estiverem acompanhando de casa, também poderão interagir com os convidados, enviando questões para o debatevirtualba@gmail.comdebatevirtualba@gmail.com

Clique aqui
 para baixar a ficha de inscrição.


Fonte: TJ/BA

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Conselheiros tutelares terão salário e benefícios trabalhistas


Augusto Castro


Em votação simbólica na tarde desta quarta-feira (4), os senadores aprovaram em Plenário o substitutivo da Câmara ao PLS 278/2009, que trata dos conselhos tutelares, garantindo remuneração e direitos trabalhistas básicos aos conselheiros de todos os municípios brasileiros e do Distrito Federal.

A matéria original, da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), recebeu parecer favorável do relator Gim Argello (PTB-DF) e apoio de quase a totalidade dos senadores. A matéria segue para sanção presidencial. A votação foi acompanhada por vários representantes da categoria, presentes nas galerias do Plenário.

Como os demais trabalhadores, os membros dos conselhos tutelares terão direito a salário, férias anuais remuneradas com adicional de um terço, gratificação natalina (13º salário), licenças maternidade e paternidade e cobertura previdenciária. A lei orçamentária municipal ou distrital deverá prever os recursos para o pagamento da remuneração e para a formação continuada dos conselheiros.

Os conselhos tutelares são os órgãos responsáveis por zelar pelo respeito aos direitos dos menores de idade, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Atualmente, segundo o ECA, cada cidade precisa ter ao menos um conselho tutelar com cinco membros, escolhidos pela sociedade para mandatos de três anos. O ECA diz que cada prefeitura tem liberdade para decidir se seus conselheiros terão ou não salário.

Mudanças
Após ajustes feitos pelo relator Gim Argello, o projeto aprovado amplia o mandato dos conselheiros para quatro anos, com direito a recondução (mediante novo processo de escolha), além de vincular o conselho à administração pública local.

Gim Argello introduziu outras duas mudanças. Em primeiro lugar, admitiu a instalação de mais de um conselho tutelar no Distrito Federal e nos municípios divididos em microrregiões ou regiões administrativas. Depois, eliminou a garantia de prisão especial para o conselheiro tutelar que tiver cometido crime comum — medida classificada pelo relator de discriminatória e inconstitucional.

Ainda de acordo com o substitutivo aprovado, a escolha dos membros do conselho tutelar ocorrerá - em todo o território nacional - sempre no primeiro domingo do mês de outubro do ano seguinte ao da eleição presidencial. A posse dos eleitos ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano posterior ao processo de escolha.

Para Lúcia Vânia, a regulamentação da atuação do conselho tutelar e dos conselheiros será fundamental para a proteção de crianças e adolescentes.

Despesa para municípios
A importância das alterações promovidas pela proposta no ECA (Lei 8.069/1990) foi elogiada pela ampla maioria dos senadores. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), porém, disse que, ao tornar obrigatórios a remuneração e os direitos trabalhistas desses profissionais, o Congresso estaria aumentando de maneira indevida as despesas dos municípios brasileiros. Para ele, regulamentar os conselhos tutelares seria competência dos próprios municípios e não do Parlamento.

Mesmo com a observação de Aloysio Nunes, a matéria recebeu apoio quase unânime dos senadores, entre eles Alvaro Dias (PSDB-PR), Eduardo Braga (PMDB-AM), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Walter Pinheiro (PT-BA), Paulo Paim (PT-RS) e Jayme Campos (DEM-MT). Além de Benedito de Lira (PP-AL), Eduardo Lopes (PRB-RJ), Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Ana Amélia (PP-RS), Lídice da Mata (PSB-BA) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Todos elogiaram a iniciativa da autora Lúcia Vânia, a qualidade do relatório de Gim Argello e a capacidade de negociação de ambos com o Poder Executivo.

Alvaro Dias destacou que o projeto valoriza “profissionais dedicados” ao regulamentar o reconhecimento jurídico dos conselheiros tutelares.

– Não podemos deixar de amparar os conselheiros tutelares. Os prefeitos vão entender a valorização dessa nobre tarefa – argumentou Alvaro.

O líder do governo, Eduardo Braga, ressaltou a dedicação dos conselheiros na proteção de crianças e adolescentes de todo o país e disse que o projeto assegura direitos adquiridos e amplia a proteção à categoria.

Rollemberg reafirmou que os conselheiros fazem jus a melhores condições de trabalho e remuneração justa e adequada “para função tão importante”.

Na justificação da matéria original, Lúcia Vânia afirma que o aumento do mandato dos conselheiros é necessário para que esses profissionais tenham mais tempo para implementar as políticas em prol dos menores. Já a remuneração e os direitos trabalhistas, argumenta a senadora, darão mais estabilidade à categoria, ampliando e facilitando o acesso de crianças e adolescentes a seus direitos constitucionais. 

Fonte: Agência Senado

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Aprovados remuneração e direitos trabalhistas para conselheiros tutelares



O Plenário do Senado aprovou na tarde desta quarta-feira (4) o substitutivo da Câmara ao PLS 278/2009, que institui remuneração e direitos trabalhistas para os conselheiros tutelares de todo o país. Uma das funções desses profissionais é a de atender crianças e adolescentes vítimas de violência. A matéria vai à sanção.

O projeto original é de autoria da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), que recebeu parecer favorável do relator Gim Argello (PTB-DF), e teve apoio de quase a totalidade dos senadores.

O texto determina que os conselheiros terão direito a cobertura previdenciária, férias, 13º salário, licença-maternidade e licença-paternidade. Cada conselho tutelar tem cinco membros, escolhidos pela população local. O projeto prevê que o mandato passará de três para quatro anos.

Mais informações a seguir.

Fonte: Agência Senado

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Câmara aprova projeto que garante direitos aos conselheiros tutelares

Renato Araújo
Presidente Marco Maia- votação da PL 3.754 do Conselho TutelarO Plenário aprovou nesta quarta-feira (13) o Projeto de Lei 3754/12, do Senado, que garante direitos trabalhistas básicos aos conselheiros tutelares da criança e do adolescente. A proposta retorna ao Senado devido às mudanças feitas pelo substitutivo da deputada Erika Kokay (PT-DF).

Permaneceram no substitutivo todos os direitos previstos no projeto original: cobertura previdenciária, férias anuais remuneradas com adicional de 1/3, licença-maternidade, licença-paternidade e gratificação natalina (13º).

O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) deixa para os municípios a atribuição de decidir se os conselheiros serão remunerados ou não. A partir do projeto, a remuneração passa a ser obrigatória. A lei orçamentária municipal ou distrital deverá prever os recursos para o pagamento da remuneração e para a formação continuada dos conselheiros.

"Os conselheiros são pessoas que se dedicam aos direitos das crianças e não têm os seus direitos mais básicos garantidos, como se não fossem trabalhadores", disse o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).

Renato Araújo
Dep. Erika Kokay (PT-DF)Para a deputada Erika Kokay, “quem fortalece o conselho tutelar fortalece os direitos de nossas crianças e adolescentes”. Ela foi relatora pela Comissão de Seguridade Social e Família. Já o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) relatou a matéria pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Mandato ampliado
O texto aprovado também aumenta o mandato dos conselheiros de três para quatro anos e determina novo processo de escolha para a recondução permitida pelo estatuto.

As eleições para escolher os conselheiros tutelares ocorrerão em todos os municípios em data unificada para todo o País – o primeiro domingo do mês de outubro do ano seguinte ao da eleição presidencial.

A posse dos conselheiros ocorrerá em 10 de janeiro do ano seguinte ao da escolha.

Lei federal
Kokay incorporou ao substitutivo uma emenda do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) prevendo que uma lei federal estabelecerá os critérios de unificação do processo de escolha.
Segundo Jordy, “o projeto contempla uma mudança histórica para aqueles que têm mais contribuído para a proteção da criança e do adolescente, resgatando direitos fundamentais”.

O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), também defendeu a aprovação do projeto. Para ele, a regulamentação dos conselhos vai permitir a melhoria do trabalho dos conselheiros. Ele afirmou que a proposta também aumentará a rede de proteção da criança e do adolescente.

Íntegra da proposta:

Reportagem - Eduardo Piovesan 
Edição – Pierre Triboli

Fonte: 'Agência Câmara de Notícias'

Aprovado o Projeto de Lei 3754/12


Outra grande batalha foi vencida pelos Conselheiros Tutelares de todo Brasil. Trata-se da aprovação do Projeto de Lei 3754/12.

Este poderia ter sido o último passo, caso a Câmara dos Deputados tivesse aprovado o texto integralmente, sem alterações.

Se isso tivesse acontecido a lei já seria regulamentada e sancionada pela Presidenta Dilma. Como houve alterações o Projeto de Lei volta para análise e votação no Senado.
 


O que isso significa?
 
Significa que os Conselheiros Tutelares terão esperar mais um tempo para a efetivação de tudo aquilo que a proposta apresenta.

1 - Direitos Sociais, como 13º Salário
2 - Mandato de quatro anos
3 - Unificação da data das eleições

 
A dúvida agora é se o Senado acatará as alterações feitas pela Câmara dos Deputados. Se isso não acontecer, volta tudo para a mesa de discussão novamente.

Por fim, vale ressaltar o esforço coletivo de Conselheiros Tutelares de todo Brasil, que buscaram o apoio de Senadores e Deputados em seus Estados, também as Associações de Conselheiros Tutelares deram importante contribuição para a aprovação de hoje.  É preciso destacar também toda campanha realizada através das redes sociais e a atuação de companheiros, como Marcelo Nascimento da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Luciano BetiateConsultor dos Direitos da Criança e do Adolescente

Plenário aprova projeto que garante direitos aos conselheiros tutelares

O Plenário aprovou o Projeto de Lei 3754/12, do Senado, que garante direitos aos conselheiros tutelares da criança e do adolescente. Devido a mudanças de mérito, a matéria retorna ao Senado.

O texto aprovado é o do substitutivo da deputada Erica Kokay (PT-DF) pela Comissão de Seguridade Social e Família, que prevê a escolha dos conselheiros de todo o País em data unificada nacionalmente, no primeiro domingo de outubro do ano seguinte ao das eleições presidenciais. A eleição será a cada quatro anos.

O texto da deputada garante aos conselheiros vários direitos trabalhistas básicos, como constava do projeto original. Entre eles, a cobertura previdenciária, férias anuais remuneradas com adicional de 1/3, licença-maternidade, licença-paternidade e gratificação natalina.

Reportagem – Eduardo Piovesan 
Edição – Pierre Triboli


Foto - Extraída da Internet

Fonte: 'Agência Câmara de Notícias'

segunda-feira, 11 de junho de 2012

OIT: 20,9 milhões de pessoas no mundo são vítimas de trabalho forçado


Brasília – Cerca de três em cada mil pessoas em todo o mundo são vítimas de trabalho forçado, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado hoje (1º). O número total de pessoas presas em empregos que lhes foram impostos por meio de coação ou de engano chega a 20,9 milhões. Nessas situações também podem ser incluídos o tráfico de seres humanos ou práticas análogas à escravidão. O último relatório da organização sobre o assunto foi divulgado em 2005.

“O tráfico de seres humanos também pode ser considerado trabalho forçado e, assim, essa estimativa capta o tráfico de seres humanos para exploração laboral e sexual ou o que alguns chamam de escravidão moderna”, diz o estudo.

De acordo com o levantamento, mulheres e meninas representam 55% (11,4 milhões) do total de trabalhadores forçados, enquanto homens e meninos representam 9,5 milhões (45%). Além disso, os adultos são mais afetados do que as crianças, pois 74% (15,4 milhões) das vítimas são maiores de 18 anos e 26% (5,5 milhões) estão abaixo dessa faixa etária.

A região da Ásia e do Pacífico apresenta o número mais alto de trabalhadores forçados no mundo, 11,7 milhões (56%). A África vem em seguida, com 3,7 milhões (18%), e a América Latina, com 1,8 milhão de vítimas (9%). Nos países da Europa Central e do Leste Europeu são registrados 1,6 milhão (7%) de pessoas trabalhando de forma forçada. Nas economias desenvolvidas e na União Europeia há 1,5 milhão (7%) de trabalhadores forçados, enquanto no Oriente Médio, o número de vítimas é estimado em 600 mil (3%).

O estudo mostra ainda que 90% dos trabalhadores (18,7 milhões) são explorados na economia privada, por indivíduos ou empresas. Desses, 4,5 milhões (22%) são vítimas de exploração sexual forçada e 14,2 milhões (68%) são forçados em atividades econômicas como agricultura, construção civil, trabalho doméstico ou industrial.

Além disso, 2,2 milhões (10%) são vítimas de trabalho forçado imposto pelo Estado, como por exemplo, nas prisões, o que viola as normas da OIT, ou imposto por forças armadas rebeldes ou exércitos nacionais.



O documento também apresenta a relação entre migração e trabalho forçado. Há 9,1 milhões de vítimas (44%) que estão presas no trabalho forçado após um processo migratório, ou seja, o deslocamento dentro de seus países ou para o exterior. A maioria dessas pessoas, 11,8 milhões (56%), está submetida a trabalho forçado em seus países de origem ou residência.

Os deslocamentos entre fronteiras estão estreitamente vinculados à exploração para fins sexuais. Em contrapartida, a maioria dos trabalhadores forçados em atividades econômicas e quase todos os que são vítimas de trabalho forçado imposto pelo Estado não se afastaram de suas áreas de origem”, mostra o estudo.

Fonte: Agência Brasil 

Comissão aprova cassação de prefeito que não mantiver conselho tutelar


A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou nesta quarta-feira (6) um projeto de lei que prevê a cassação para prefeitos que não incluírem no orçamento ou não destinarem recursos necessários para o funcionamento do conselho tutelar. 

Pela proposta, a falta de recursos para o conselho passa a ser considerada uma infração político-administrativa e permite que o prefeito seja cassado em julgamento da Câmara de Vereadores. O texto ainda precisa ser analisado pelo plenário da Câmara. 

O Estatuto da Criança e do Adolescente que cada município tem que ter, no mínimo, um conselho tutelar. 

Para o deputado Antonio Bulhões (PRB-SP), a ideia do projeto é permitir o funcionamento efetivo dos conselhos. 

"Apesar da disposição expressa do ECA, muitos municípios não contemplam em seu orçamento dotação específica para o conselho tutelar e, quando o fazem, consignam dotação simbólica ou repassam a verba para outros fins. Assim, há municípios onde o conselho sequer foi instalado", disse. 

Fonte: Folha.com

sábado, 9 de junho de 2012

Nunca é tarde para dotar a família de mais vida e amor – 17º Enapa


Nelson José de Castro Peixoto
Gestor Social das Aldeias Infantis SOS Brasil, em Brasília - Filósofo e Conselheiro de Direitos da Infância

Adital

"Povoam ideias, inquietações e propostas, pensamentos para encontrar o óbvio e o inusitado em termos de cuidado e de compromisso na luta política pelo direito à convivência familiar das crianças”, às vésperas do 17º Encontro Nacional de Nacional de Apoio à Adoção.

POR QUE NÃO UMA FAMÍLIA COMO PRESENTE ÀQUELES QUE O ESTADO INVISIBILIZOU, A SOCIEDADE ESQUECEU E MUITAS FAMÍLIAS NÃO CONSIDERARAM COMO POSSIBILIDADE SEREM FILHOS E FILHAS?

Aldeias Infantis SOS Brasil, uma longa história para subverter a lógica assistencial do paradigma do senhorio paterno e da caridade aos pobres. Esses quase "sem famílias”, destronados pelo Estado para viver na miséria e aos poucos perder a família. Onde permanecem esses "filhos”? Quem os empurra para a rua? Quais fatores os desgastaram e fizeram sem esperança até aqueles que estão comprometidos com suas vidas? 

Vamos ao resgate ético, vasculhar os escombros de um Estado negligente e perverso. Passar pelas sombras do internamento institucional ir até a porteira da emancipação cidadã das crianças, SUJEITOS DE DIRETOS, do Direito à Convivência Familiar e Comunitária, tão bem formuladas na Constituição Federal.

A ANGAAD (Associação Nacional dos Grupos de Apoio a Adoção) via Aconchego –grupo de apoio de Brasília– e outros parceiros participam do 17º Encontro Nacional de Apoio à Adoção, que nesta semana do feriado cristão de Corpus Christi – do dia 7 a 9 de junho - acontece. UNIR PARA CUIDAR, mas podemos também afirmar essa IDEIA FORÇA: CUIDAR PARA ATENDER TODAS AS CRIANÇAS QUE ESTÃO SOBRANDO E AINDA SEM FAMÍLIA. Universo como inclusão de diferenças; abertura com chance de dar uma família a elas pela adoção. E são muitas nessa condição que adormecem e anoitecem nos serviços de acolhimento e precisam de família. 

Discutir para formalizar um pacto nacional, para que as crianças estejam com seus pais de origem ou com seus pais pela adoção daqueles que estacionaram em serviços de acolhimento. Mas, identificamos preconceitos até sobre aqueles que trabalham com essa população. Quem se expõe a amá-los e incluí-los ainda são discriminados por alguns que se reinventam com programas sociais, às vezes descredenciando ou se colocando acima de todos. Supomos que estejam subconscientemente buscando projeção e financiamento, enquanto há escassez de recursos destinados aos programas de acolhimento quer sejam, através de convênios ou de cogestão com o Estado. 


Os participantes da 17ª ENAPA se encontrarão como batalhadores pelo direito a convivência familiar e comunitária. Aqueles que se ocupam em garantir direitos em atuação direta nos serviços de acolhimento não devem se sentir diminuídos. Estes estão prestando serviço cidadão e profissional, enquanto outros preferem ficar na assessoria, ensinando o que não fazem e dando lições com as aprendizagens dos outros.

Nessa edição do ENAPA, estarão as Aldeias Infantis SOS Brasil em peso, devido sua história e a relação direta com crianças e adolescentes, podendo assim contribuir a partir das práticas adquiridas nos seus anos de pesquisa e atuação afinadas à Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. 

Emblemática, mais do que marketing, é a presença do filósofo e teólogo Leonardo Boff, para a abertura do Encontro. Autor de "Saber Cuidar – Ética do Humano – compaixão pela terra”, sempre foi bibliografia inspiradora para a prática dos 514 colaboradores das Aldeias Infantis SOS Brasil em 10 Estados da Federação, desde sua 1ª edição, pela Editora Vozes, em 1999. Como bem já expressado: "a linguagem do cuidado estará próxima à poesia, e esta será a linguagem da vida e do mistério do ser”. Sim, toda a realização do bem que se deseja autêntico terá que trilhar as veredas do silêncio e do despojamento de preconceitos. Somos gente mais próxima da verdade e da efetivação da beleza! A técnica quando orgulhosa em busca de resultados milagrosos podem anular o cuidado e o mistério de cada criança. 

A Ética do Humano, segundo Leonardo Boff, é um novo jeito de olhar cada criatura e cada criança, é a recuperação que a compaixão favorece. Uma relação entre aprendizes que se escutam e se percebem. Saber ouvir, saber auscultar as crianças e deixar que elas venham habitar o nosso imaginário até podermos forjar criativas formas de estar com elas, fortalecendo todas as possibilidades. Fortalecer o lado positivo de suas trajetórias de vida, convertendo aquilo que existe de perverso em nossos juízos sobre eles. É autoanálise de nossas posições de classe e das formas jurídicas cristalizadas da meritocracia e de legalismo.

"Unir para cuidar” é o tema gerador das Oficinas interativas, e é também uma convocatória para as adoções tardias e deve ser entendido como ato de protesto contra a prática do plantão dos educadores nas politicas de acolhimento institucional. Unir quer dizer também "vincular”, pois melhor assim para uma criança ou adolescente nas modalidades de Casa Lar e de Abrigos Institucionais. E a gestão de pessoas por um Estado que se inflou de procedimentos burocráticos e não deu conta de perceber que concursos na forma em que são desenhados não garantem afeto e vinculação. Procedimentos devem ser forças que geram resiliência nas crianças e subversão das regras mortas e de obtusas percepções.

O "jardim” manchado pelo preconceito e rigorismo legal deveria se tornar um solo embebido por chuvas de ternura e justiça. Germinar no chão da vida arrancada o broto de uma nova humanidade atendida pelo CUIDADO.

Que assim aproveitemos a integralidade benvinda da 17ª ENAPA!